Fome de poder

Fome de poder.

Deixo uma pergunta a quem me souber responder: quem são os responsáveis da situação a que o nosso País chegou? Não será que todos aqueles que neste momento querem ir a eleições, não são responsáveis por toda a situação? O que se passou com as maiores empresas do nosso País - a agricultura, as pescas…

Quantos responsáveis há neste País pelos dinheiros que vieram da Comunidade Europeia? Quem fiscalizou esses dinheiros? O que foi feito com eles, e será que ainda existem as empresas formadas à custa desses fundos?

Veja-se a fortuna que se gastou com a agricultura: estufas, vacarias, vinhas etc. Hoje uma grande parte dessas empresas fechou, ou mudou de actividade, e sem qualquer punição! Resumindo, a agricultura está falida, e as pescas estão na mesma situação.

Quantas empresas ganharam milhões à custa de formações que deram aos empregados, sem que se visse resultado algum, tanto nas empresas como nos formandos? Quantos empregos foram dados a pessoas sem competência para o cargo que desempenham?

Tudo isto é hoje espelhado nas repartições do estado: finanças, escolas, autarquias locais, tribunais, etc.

O que se vê hoje é uma máquina do Estado vergada pelo peso reformas altíssimas (há funcionários a mais vão para casa com reformas de 3, 4, 5000€ e mais!!), e por indemnizações de bradar aos céus.

Na política ninguém é responsabilizado, tomando como exemplo os muitos autarcas que se servem do poder para benefício próprio. Pergunto-me quantos milhões foram mal gastos na política, no futebol, na banca, nas empresas, etc., e quantos foram “desviados”. Sim, eu digo desviados, porque quem ROUBA é o homem que não tem dinheiro para matar a fome aos filhos, e que acaba na prisão, na grande maioria dos casos. Estes “desvios” a que me refiro são descobertos, provados e comprovados, e os autores continuam a sair impunes.

A questão que se prende agora é quem temos para governar o nosso País? As nossas autarquias, as nossas empresas? Pergunto isto porque quem temos tido à frente dos Partidos políticos são aqueles que têm sempre a ver com o passado, e que desde a revolução dos cravos são sempre os mesmos.

Este governo sai de cena hoje, vamos para eleições, são apenas 18 milhões gastos… tenho a certeza de que nada vai mudar com novas eleições, e é o povo, com a sua humildade e pacificidade, que vai pagar e calar.

Resta-me dizer que este tipo de democracia está a desmoronar-se, começando pelos milhares de jovens que não têm emprego, sujeitando-se a recibos verdes, ou então a emigrar. E o que pensarão os reformados e todos aqueles que, como eu, têm mais de 40 anos de descontos para a segurança social? Quando chegar a altura de sermos recompensados por todo o esforço e sacrifícios que dedicámos a este País, haverá reformas justas para todos?

A minha preocupação não é certamente sobre quem irá constituir o próximo governo, ou qual será o próximo partido a governar, mas sim o futuro do meu País, dos meus filhos e dos seus filhos. Depois de ouvir todos os líderes dos partidos e vários comentadores políticos, todos os Portugueses ficaram a saber que afinal o próximo governo vai ter que pôr em prática o PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento), a pensar já no próximo PEC 5. No final da votação do PEC, o governo sai cabisbaixo, e apesar de o Partido Social Democrata ter guardado as palmas para a sede do P.S.D., a sua alegria foi notória, assim como também se tornou claro que, no meio de toda esta crise, não estão em questão os interesses do País, mas sim os interesses dos Partidos.

Finalizo esta reflexão na esperança de que os portugueses não deixem de exercer o seu direito de voto nas próximas eleições, independentemente da cor partidária de cada um. Tenho, no entanto, algumas dúvidas de que isso vá realmente acontecer, uma vez que os portugueses já não vão muito em mentiras.