Passam agora trinta e sete anos sobre o 25 de Abril de 1974, data a partir da qual os cidadãos deste país projectaram para Portugal um futuro melhor, em liberdade, com mais Igualdade e maior Justiça. Passados todos estes anos, muitos se questionam se ainda vale a pena recordar esta data e os ideais que a ela estão associados, em pleno século XXI.
A resposta é simples e baseia-se em alguns SES:
Se o desemprego não preocupa
Se a Justiça funciona igualmente para todos
Se a pobreza não incomoda
Se há igualdade de oportunidades
Se é justa a redistribuição da riqueza
Se existe a protecção social
Se a Saúde responde às necessidades
Se o Ensino é igual para todos
Se confia plenamente nos políticos
São muitos os SES que se ouvem.
Mas também nos deve preocupar a forma como é gerido o dinheiro dos nosso impostos nas empresas públicas, nas Câmaras municipais e nas Juntas de Freguesia.
Muitas autarquias transformaram-se numa central de empregos para amigos, não se olhando à competência mas sim à cor partidária. Onde fica então a igualdades de oportunidade no emprego?
Quantos Políticos falam dos pobres, e o que fazem ou fizeram por eles?
Quantos Políticos falam dos jovens, e o que fazem ou fizeram por eles?
Muitos Portugueses dizem, “não vou votar, é sempre a mesma coisa”. É verdade que nada irá mudar, e que essa atitude acaba por fazer algum sentido, mas não podemos baixar os braços. Devemos sim exercer o nosso direito, pelo qual muitos lutaram.
Devemos respeitar todos os que tanto lutaram pela liberdade, todos aqueles que morreram pela pátria e que fizerem nascer a esperança de um país melhor, no dia 25 de Abril de 1974.
No próximo dia 5 de Junho vamos exercer o nosso direito de voto, porque só desta forma mostramos que temos uma voz activa na sociedade e poderemos exigir uma solução para os nossos problemas
São muitos os SES que a nossa consciência tem que equacionar, mas em democracia é o povo quem decide, a resposta é de todos.
Abril.
É sempre tempo de falar
É sempre tempo de falar
de um Abril que aconteceu,
de remoer um Abril que se não deu.
Em Abril renascemos.
Respirámos tão fundo que à nossa volta estremeceu o mundo.
Assim fizemos nós, os já cansados, os sofridos,
os ansiosos pela luz tardia no brilhar.
Assim falo eu dos que Abril aguardaram
em silêncios redondos de medo e solidão.
Dos que mais longe foram e rasgaram o escuro
e por isso pagaram com o corpo e o coração.
Depois de Abril nasceram.
Não trouxeram consigo a memória das sombras.
Não precisaram de aprender da liberdade o nome,
porque ela os inundou como se seiva fora, primordial e imensa.
Assim falo eu dos que souberam pelos pais e os pais dos pais
que um outro mundo houvera em que o Adamastor
impedira a dobragem do Cabo das Tormentas
que em Esperança se tornou para lá dos temporais.
Abril ainda aqui está.
Filhos irão nascer, netos dos netos a haver.
A pouco e pouco Abril se irá esbatendo,
a lembrança dos homens esmorecendo.
Assim pergunto eu:
Que restará então?
Que histórias contarão?
Quem falará da dor do camponês a mendigar o pão?
Quem lembrará o operário banido pelo patrão?
Quem chorará do bravo resistente a vil prisão?
Agora afirmo eu:
Aos novos comedores do sangue da manada,
aos velhos fazedores do mito e da traição,
saberemos dizer, com o queixo levantado,
do nosso amigo segurando a mão,
a palpitar, festivo, o coração:
Abril nos deu a hora e nada foi em vão.
Licínia Quitério
Senhores deste blog. Desconhecendo quais os verdadeiros propósitos deste blog, não posso de deixar de concordar com o que mencionam neste artigo. Em todas as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia estão dezenas de pessoas colocadas em diversos organismos através de ligações partidárias e/ou de amizade. Quanto a dinheiro mal investido, dinheiros não contabilizados (chamados sacos azuis), obras onde as derrapagens são gritantes, tudo isso devia ser investigado. Para falarem e nada fazerem, então mais vale nem “levantar a poeira”. Quem denuncia deve provar, quem sabe de ilegalidades e nada faz torna-se conivente. Pelo que vi de relance neste blog, estão subjacentes a alguns artigos, afirmações que provam que na Freguesia existem irregularidades. Pessoalmente quero acreditar que tais afirmações não sejam verosímeis, dado tratarem-se de erros grosseiros e gestão danosa. Não eram estes os princípios da revolução dos cravos. Mas os actos ficam com quem os pratica, e a resolução ou não dos mesmos, com quem deve.
ResponderEliminarJoão S.R. Saraiva