Os lavadouros públicos foram, durante muitas décadas, a máquina de lavar roupa da comunidade. Sempre que não existia um ribeiro por perto, e na ausência de água canalizada, estes equipamentos eram imprescindíveis para a lavagem frequente da roupa, também para que, na época das matanças, uma tradição típica da nossa comunidade, se lavarem as tripas para os tão apreciados enchidos. Era também o local onde as senhoras que o frequentavam podiam pôr a conversa em dia, onde se conheciam melhor os vizinhos. Pode dizer-se que era o local próprio para a verdadeira lavagem de roupa suja.
Visto que quase todos os Santamartenses serão felizes proprietários dessa maravilha da tecnologia, que são as máquinas de lavar roupa, e que os lavadouros perderam a sua utilidade, será que é necessário também esquecer estes locais onde outrora as nossas mães e avós passavam grande parte do seu tempo?
Onde estão os lavadouros públicos da nossa freguesia? Sei que os tempos são outros e que os ditos lavadouros já não fazem “falta”, a azáfama da vida é tanta, o stress, a falta de tempo, enfim, são muitos os motivos para que já não existam.
Será que a sociedade moderna onde nos inserimos se compadece com este tipo de atitudes? Porque motivo damos tanta importância a outros símbolos de outros tempos, e a estes, que são quase à porta de nossas casas e representam várias gerações, batalhamos tanto para que caiam no esquecimento?
Estes equipamentos são mais um exemplo claro do legado que nos foi deixado pelas gerações anteriores, mas que queremos esquecer. Ou será que nem todos pensamos assim?
Deixo-vos uma fotografia de um lavadouro público que, felizmente, outros se dedicaram a preservar, devolvendo-lhe a sua identidade e posição de destaque que outrora mereceu na nossa sociedade. Um bem-haja à senhora presidente da junta de freguesia de Cardielos, pelo esforço que demonstra em manter o património que herdou, enquanto autarca.
A nossa freguesia ainda tem alguns lavadouros, dois dos quais, construídos durante os mandatos do Sr. Luís Gonzaga no lugar de Samonde. Em breve apresentarei um pequeno artigo acerca destes lavadouros. Apresentarei ainda um trabalho acerca do ribeiro de Santa Marta.
Preservar a memoria dos nossos antepassados e deixar uma herança aos nossos filhos, seria o melhor que se poderia fazer. Portugal e digo com o conhecimento de 24 anos de trabalho na Suiça, nao sabe preservar os seus recursos naturais. Tal como os lavadouros, tambem as antigas bombas que manualmente puxavamos para bebermos desapareceram. Desde que o Luis Gonzaga deixou a Junta de Santa Marta, nunca mais ninguem se importou com a preservaçao da natureza. E urgente fazer algo por ela, porque o futuro do nosso Pais passa pelo desenvolvimento do turismo, dado que as empresas estao na ruina.
ResponderEliminarA. Dias
Senhor Antunes. Espero que trate e rapidamente de temas serios na assembleia. Sao muitos anos a ouvir as mesmas queixas, as mesmas falhas, que a junta deve dinheiro ao pessoal, e muitas outras coisas. Ha dezenas de pessoas no desemprego e um funcionario com dois. Sera legal? Faça algo por Santa Marta dado que para isso votaram em si.
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