domingo, 2 de outubro de 2011

Ecossistemas Ribeirinhos

Conceitos
Um ecossistema é um sistema natural (ou naturalizado) constituído por comunidades de seres vivos (plantas/animais) e pelo ambiente físico natural em que habitam e coexistem em inter-relacionamento dinâmico e equilibrado, quando não ocorram fortes intervenções antrópicas.
Deste modo, um ecossistema ribeirinho é aquele que se localiza nos rios ou ribeiras e nas suas margens e cujos seres vivos dependem directa ou indirectamente da água existente, incluindo todos os cursos de água permanentes ou temporários e leitos de cheia não agricultados.

A Importância dos Ecossistemas Ribeirinhos.A importância ecológica, física e económica dos ecossistemas ribeirinhos está directamente relacionada com diversas características; Os rios e ribeiras com as suas margens, constituem um sistema de corredores naturais complexos, que ocorrem por todo o território de forma contínua e interligada, que abriga, alimenta e onde se gera grande quantidade e diversidade de espécies vegetais e animais, superando a produtividade e muitas vezes a diversidade de seres vivos dos ecossistemas envolventes.
São zonas de drenagem natural mas, ao mesmo tempo, de recarga dos lençóis freáticos, portanto reguladores de regimes hidrológicos, fonte de abastecimento de águas para fins domésticos, agrícolas e industriais. São também depuradores da água, por oxigenação, floculação e retenção de materiais. Caracterizam-se por serem locais aprazíveis para recreio e lazer, contribuindo como mais-valias para o enriquecimento estético da paisagem.
As características dos ecossistemas ribeirinhos variam consoante a geologia, a geomorfologia e o clima do território, ora sulcando vales profundos e rochosos, ora espraiando-se por amplas e férteis planícies de aluvião, as quais enriquecem periodicamente com a deposição de sedimentos provenientes do efeito da erosão a montante.
Para evitar o risco de erosão hídrica é fundamental manter o coberto vegetal, sobretudo com a floresta de protecção, incluindo os estratos arbustivos e herbáceos, de modo a forçar a infiltração gravitacional e capilar da água da chuva no solo, evitando o rápido escorrimento superficial para o curso de água e consequentemente as cheias.
A superfície dos leitos e margens dos cursos de água terá que ser permeável, para permitir o intercâmbio hídrico entre o lençol freático e as águas fluviais de superfície. De facto, se não existir infiltração das águas para recarga dos aquíferos, as nascentes correm o risco de diminuírem de caudal e até mesmo secarem em situações extremas.
Na paisagem que caracteriza uma bacia hidrográfica um dos elementos que mais se destaca são os cursos de água com as suas galerias de vegetação rípicola, o qual podemos denominar por ecossistema fluvial ou ribeirinho. Este ecossistema associado aos cursos de água pode ter várias formas consoante a sua dimensão e estrutura, normalmente numa ordem ascendente surgem os riachos, ribeiros e os rios que drenam as suas águas para jusante até alcançarem o mar. Os cursos de água caracterizam-se também por serem permanentes como a maioria dos rios ou temporários quando o escoamento das águas apenas se efectua sazonalmente após a época de chuvas. Esta variação dos caudais depende sobretudo da dimensão da bacia hidrográfica e das condições edafo-climáticas do território, nomeadamente as características de permeabilidade dos solos e aos níveis de precipitação.
Normalmente quando não existem factores de perturbação significativos nas margens das linhas de água, estas encontram-se marginadas por galerias de vegetação ribeirinha, composta na maioria das situações por uma estreita floresta rípicola dominada por espécies de árvores de médio e grande porte adaptadas aos solos húmidos, como os amieiros (Alnus glutinosa), freixos (Fraxinus angustifolia), salgueiros (Salix sp.) e os choupos-pretos (Populus nigra).A distribuição das espécies de vegetação ripícola ocorre transversalmente desde a margem da linha de água, para o exterior da galeria, em função do gradiente de humidade do solo. Por exemplo, os amieiros encontram-se com as raízes a fixarem as margens, enquanto os freixos ocorrem geralmente mais afastados da água.
Uma das características das linhas de água é serem ecossistemas dinâmicos ao longo do vale, ou seja a localização do seu leito activo pode ser alterada naturalmente ao longo dos tempos, desaparecendo progressivamente o leito abandonado sob os depósitos de solos aluvionares efectuados devido à acção das cheias; estas áreas regularmente inundáveis após longos períodos de elevada precipitação caracterizam o leito de cheias do curso de água.·
Perante a sensibilidade destes ecossistemas ribeirinhos, qualquer intervenção de regularização do leito ou limpeza da vegetação das margens, para além de ter que ser autorizada pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional deverá ser efectuada com acompanhamento técnico, por forma à realização dos trabalhos serem adequados aos objectivos do projecto de limpeza, sempre com o bom senso de evitar impactes negativos sobre os recursos naturais.

Texto e imagem da Quercus.


As imagens que se seguem são do nosso ribeiro mais concretamente, dos lagos no lugar de Samonde como se pode ver, na primeira fotografia apenas se vê um pouco da cobertura do tanque dos lagos.
A segunda imagem é uma presa para regas no verão.
A terceira imagem, apresenta a impossível passagem para o tanque dos lagos, como se vê não foi possível ir junto do dito tanque, pois eram tantas as silvas e mato.
No entanto o nosso ribeiro de uma maneira geral está completamente obstruído.
Melhor dizendo foi votado ao abandono, assim como o aproveitamento das águas perdidas não foi acautelado.
Joaquim P. Antunes.


 

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