quarta-feira, 29 de junho de 2011

Próximos eventos a decorrer em Viana do Castelo

Honrando um dos propósitos iniciais deste blog, que é dar a conhecer os principais eventos a decorrer em Viana do Castelo, é com prazer que informamos os santamartenses acerca das actividades a decorrer na nossa cidade nos próximos dias:











Ainda dentro do mesmo propósito, aproveitamos ainda para relembrar que o programa da Romaria de Santa Marta de Portuzelo pode ser consultado aqui:

segunda-feira, 27 de junho de 2011

À mesa com o "Pintor da Linha"

Com o intuito de homenagear o homem que, durante muitos anos criou os cartazes da Romaria de Santa Marta de Portuzelo, foi levada a cabo esta entrevista que se publica nesta altura, após a apresentação do cartaz da nossa Romaria, que sempre foi tão especial para este homem, o Sr. Ribeiro Soares.


Se chegou até este artigo através do jornal da nossa paróquia, "Betânia do Lima", não perca após a próxima edição deste jornal, a continuação deste artigo, assim como a publicação de várias fotografias que documentam o trabalho deste artista Santamartense.
 “Santa Marta Digital” (SD) - O Senhor Ribeiro Soares não é natural desta Freguesia, mas foi aqui que formou sua família. Fez esta escolha devido ao trabalho, por gosto ou por outro motivo?
Ribeiro Soares (RS) - Nasci em Viana Do Castelo no ano 1939. Em 1966, com os meus 27 anos de idade, Santa Marta acolheu-me a mim, à minha esposa e aos nossos 4 filhos já nesta terra acolhedora, com a graça da Padroeira, aumentamos a família com mais 6 filhos, que com a mesma graça tem patenteado a alegria de serem Santamartenses.
Era eu então um humilde empregado de armazém, como estafeta nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e aqui também pratiquei a arte de correeiro. Em 1968 entrei para a fábrica da loiça qualificando-me como ceramista, onde fui pintor e decorador, desenhando, compondo, pintando e gravando muitos trabalhos originais até 1982.
 SD - Pela presença e laços que criou com o Castelo de Santa Marta, sente-se um herdeiro ao seu trono, ainda que por ficção? Fale-me um pouco disso. Produziu algum trabalho dentro das Artes nesse local?
RS - Na realidade, vivi no palácio de Portuzelo desde o ano 1971 até 1978, tomei conhecimento de que embora a sua arquitectura se pareça com um Castelo, não o é concretamente. Foi devido ao povo, que durante a sua construção lhe atribuiu esse título de Castelo, tratando-se sim do palácio da Dª Maria Rita, ex proprietária entre 1850 e 1935.
Foi aqui que, durante 7 anos, aprendi e estudei o que pude, servindo-me para isso dos muitos livros que ali existiam.
Herdeiro ao trono, não podia, para isso tinha que ser de família “kaiola”, que foram filhos de D. Tomás, herdeiro de Dª Maria Rita. Este Palácio tem amieiros e guaritas. Guardei e guardo várias recordações dos 7 anos da minha vivência no Palácio.
Pintei muitos quadros a óleo sobre tela, alguns dos quais de grandes dimensões, sendo um deles a própria fachada principal com o chafariz, com a Capela da Senhora do Carmo do lado. Esse quadro figurou por Portuzelo, no cortejo etnográfico da Romaria de Santa Marta, bem como o primeiro cartaz nocturno Igreja à noite, em 1974, sendo que a partir desta data pintei o cartaz até ao ano de 1994.
Existe um quadro pintado por mim na Sacristia da igreja paroquial, da muito querida catequista Luisinha, do ano de 1983.
SD - Tenho religiosamente guardado em minha casa, um prato desenhado por si, que me ofereceu em 1982. A nossa padroeira é um tema muito frequente na sua obra, mas que outros temas e motivos lhe interessam pintar?
RS -Sim, gosto muito de pintar a nossa Padroeira, ela merece todo o meu respeito e muito carinho é realmente agradável pinta-la, com ela nunca dou o meu tempo como perdido.
Venero-a, merece muito de mim, pois tem atendido sempre as minhas preces. Contudo, ao verdadeiro pintor, interessa-lhe pintar tudo, tanto o que vê, como o que sente, e até o que sonha. Por estranho que pareça, o artista não só gosta de pintar caras bonitas, como também as feias, sendo que beleza é mais encanto, gosto muito de paisagens luminosas e projecções na água, e muitas coisas criativas com cores atractivas.

Vou deixar em poesia o que gostava também de pintar:
O melhor e mais desejado homem de todos os tempos.
Um bando de pombas brancas de apelo à Paz.
Muitas rosas vermelhas do tamanho do mundo.
Mais uma linda rapariga e um bonito rapaz.
(continua com a saída da próxima edição da "Betânia do Lima", dia 31 de Julho)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Faleceu Manuel Brito Parente

Faleceu Manuel Brito Parente, com 81 anos de idade natural de Santa Marta de Portuzelo, residente na rua de Santa Tecla nº9. O seu funeral realiza-se Quarta-feira dia 22 de Junho pelas 10 horas, saindo da capela de são Lázaro onde o seu corpo se encontra depositado, para a Igreja paroquial com missa de corpo presente, de seguida em direcção á sua última morada, para o Cemitério da Freguesia.
O "santa Marta Digital" deseja nesta hora de dor e luto os mais sinceros sentimentos a toda a sua família.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ao Norte - Água-Arriba, histórias de barcos e homens

O Santa Marta Digital, conforme prometido, vem mais uma vez partilhar um testemunho de outros tempos.

Agradecemos mais uma vez à Associação de Produção e Animação Audiovisual AO NORTE, por mais um trabalho de promoção das tradições da nossa região.


Água-Arriba, histórias de barcos e homens mostra, a partir de registos actuais, de fotografias, de filmes antigos e do depoimento de carpinteiros navais, investigadores e especialistas em património marítimo, pescadores, antigos barqueiros de passagem e de água-arriba que trabalharam no rio, a importância que as embarcações tradicionais do rio Lima tiveram ao longo dos tempos.



Ficha Técnica

Realização: Carlos Eduardo Viana
Câmara: Ricardo Geraldes com a colaboração de Carlos Eduardo Viana, Carlos Isaac, Carlos Morais, Daniel Novo, Ricardo Garrido e Vítor Martins
Som Directo: Alexandre Martins com a colaboração de Fátima Chavarria
Música Original: António Rafael
Montagem: António Soares
Grafismo: Miguel Filgueiras
Desenho da embarcação: Carlos Vieira
Animação 3D: João Vieira e Edgar Barbosa
Tratamento das fotografias: Ricardo Leal
Pós-produção Áudio: José Gonçalves
Correcção de Cor: Carlos Filipe Sousa
Texto: Ivone Baptista
Locução: Carlos Duarte
Produção Executiva: Rui Ramos
Direcção Financeira: António Passos
Produção: Ao Norte

sábado, 18 de junho de 2011

Paradoxo.

Fui andando
sempre andando
percorri ruas sem fim e lugares sem nome
e ao começo voltei.
Prouvera a Deus que te visse
com olhos de ver
antes de te amar,
o que não aconteceu porém:
ambos culpados fomos
ou nenhum de nós talvez.
Tentando regressar ao passado
caminhamos juntos lado a lado
mas nem nos olhamos sequer.
O destino nos separa cada vez mais
e eu te ouço chamar baixinho e soluçar:
esquece-me!
eu fingirei ignorar o que ambos sentimos  
quando pela primeira vez nos vimos.
Soluço agora também, não ouves?
Procuro-te mas logo me afasto:
tão perto e tão longe estamos,
que afinal,
podemos quase afirmar
que não nos amamos!
                                                      Maria João Barros.

domingo, 12 de junho de 2011

As histórias do avô Jorge

O Santa Marta Digital vai iniciar nesta publicação uma série de histórias, nas quais serão relatadas as nossas vivências de infância. Estes relatos poderiam ter sido feitos pelos nossos avós, ou mesmo pelos nossos pais aos seus netos.
Espero que estas palavras tragam de volta momentos difíceis, mas ao mesmo tempo alegres, uma vez que relatam um tempo em que muitos dos artigos que hoje consideramos banais eram praticamente inalcançáveis.

As histórias do avô Jorge

Um dia, um homem já com certa idade, de seu nome Jorge, viu uma criança na cidade e perguntou o seu nome:
- Eu chamo-me João - diz a criança - e o senhor como se chama?
- Eu chamo-me Jorge. Posso tratar-te por Joãozinho?
- Claro, é como todos me chamam.
- Agora posso fazer-te um pedido? - Perguntou o homem, ao qual Joãozinho respondeu afirmativamente - faz-me um favor, levas estas duas moedas e tiras dois brinquedos daquela máquina.
O Joãozinho foi, e voltou já com os brinquedos, que entregou a Jorge. Este pediu à criança que escolhesse um brinquedo para si, e que lhe desse o segundo. Joãozinho, não vendo ninguém à sua volta, perguntou:
- Mas o senhor está sozinho? É para o seu neto que tem em casa? Ao que Jorge respondeu:
- Não, eu não tenho netos. Sabes, quando eu era como tu não havia destes brinquedos, havia outros mas eram caros, e o meu Avô e o meu Pai não tinham dinheiro para os comprar.
- Então o senhor não brincava porque não tinha brinquedos?
- Não, eu tinha brinquedos feitos por mim, com madeira, rolamentos e rodas de bicicleta.
- Pois, mas tinha que ter dinheiro para comprar esses materiais, ou seja, para comprar os rolamentos, a madeira e as rodas de bicicleta... - retorquiu o Joãozinho.
Jorge sorriu e disse - Na minha aldeia, havia um senhor que tinha duas empresas, uma de madeiras e moagens e outra de camionetas, e sabes que foi esse senhor que levou a energia eléctrica para a aldeia? Lembro-me que ele tinha uma camioneta pequena muito bonita que se chamava RITINHA. Havia também um senhor que tinha uma oficina de bicicletas, e mais tarde veio ainda outro senhor que montou outra oficina. Como vês, a minha aldeia tem coisas boas.

- Gostei de ouvir, mas o que tem isso a ver com os brinquedos? - perguntou o Joãozinho, ao que Jorge respondeu:
- Na minha aldeia havia muitas coisas boas e homens bons: o senhor das camionetas e das madeiras dava-nos as tábuas e os rolamentos, e com isso fazia os carrinhos de rolamentos. O senhor das bicicletas dava as rodas, e daí fazíamos os arcos, como eram chamados na altura. Sabes Joãozinho, na minha aldeia faz-se todos os anos uma grande festa em Agosto, e já vi nos cortejos muitos desses brinquedos que fazíamos quando éramos pequenos.
- O senhor tem boa memória!
- A minha memória já foi melhor, mas o que te contei ainda é pouco, pois na minha aldeia há muito mais para contar, pois é muito rica em pessoas, tradições e património. Um dia destes vou convidar-te para ouvir outra história da minha aldeia, se estiveres interessado em conhecer, é claro.
- Gostei muito da sua história, e é claro que quero saber mais sobre a sua aldeia, mas hoje não, tenho que ir para casa, os meus pais estão impacientes. Obrigado pela história, mal posso esperar pela próxima!

sábado, 11 de junho de 2011

Pensamento do dia.

Rancor é o que advém de um sentimento de inferioridade.

José Ortega Ygasse.

Manhã cedo o loroló mazorro desperta,estende seu dorso
farejando os chinelos do seu dono ainda com sono.
Os afagos e bons tratos reconhece com um olhar meigo e terno,
endireitando o esterno.
Ripando seu pelo sedoso, macio e malhado,
o loroló prova ser cuidadoso.
Não toma café, não fuma, não sabe falar:
Mas afirmo o já vi chorar.
Esperto mas brincalhão, caça o rato
mas logo o larga volta a caça-lo e o atira ao ar!
O seu miar criança embalava
e se eu triste fora a cantar passava.
Loroló é exemplo para o racional:
só se zanga quando o tratam mal.

Maria João Barros.

Para todos os Leitores deste Blogue, o desejo de um bom fim de semana.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Tendo em conta a grande importância do dia que hoje se celebra, o Santa Marta Digital tem a honra de partilhar com os leitores uma pequena história, que segundo diz o autor da mesma, é um pequeno resumo de uma vida longa e rica. Como estamos numa “Aldeia Global”, quero dar a conhecer aos leitores deste Blogue, um senhor que, apesar de ser, para muitos, um poeta desconhecido, tem imenso talento, tendo ainda partilhado alguma da sua poesia com o famoso poeta Pedro Homem de Melo.
Este amigo quis deixar aqui uma pequena história da sua vivência como homem. Tinha muito mais para contar, mas tal como disse no final da sua conversa: "Não vale a pena querer ser muito, porque com Deus, o pouco já é muito".

João António Dias Saraiva, nascido a 23 de Setembro de 1933, na linda freguesia da Meadela, filho de Adolfo António Saraiva e de Adelina da Conceição Dias de Abreu Glória Saraiva, partilhou com o Santa Marta Digital um pouco da sua história de vida:

"O meu Pai era natural dos Arcos de Valdevez, e a minha Mãe natural de Matosinhos. Fui baptizado na freguesia de Areosa onde morei desde o ano de 1939 até ao ano de 1943, no qual eu fiz o exame da 4ª classe. Logo de seguida mudei-me para Carreço, onde morei até de 2001; presentemente moro em Viana do Castelo, na Rua de São José, freguesia de Monserrate.
No meu emprego fui especializado em Filatelia, ou seja, colecção de selos mundiais. Mais tarde saí especializado nesta profissão por despacho superior, no governo de Marcelo Caetano, que tinha como Ministro das Corporações o Doutor Gonçalves Proença, que era natural da freguesia da Meadela.
Fui louvado oficiosamente pelo tribunal de Viana do Castelo."

Pensamento final do autor:
“Não vale a pena querer ser muito, porque com Deus o pouco já é muito”

Vou deixar neste espaço mais alguns poemas deixados por este amigo, como dá para entender são dedicados aos Areosenses: 

"Jesus ainda cheio de amor
Olhando para todos nós    
Só nos disse sou Deus senhor
Que espero por todos vós

Agora que vos fiz sofrer
E me acuso tão pecador 
Eu também irei morrer 
Só para ir para vós senhor

Abri vossos braços misericordiosos
De tão pecador peço tanto      
Sois entre os pais dos mais bondosos
Cobrei-me com a luz do vosso pranto

Gente de todo o mundo
Vou entre vós ressuscitar 
Estou na terra no fundo
Mas Deus pai me vem buscar

Um dia sereis assim quem
Eu, filho, já pois serei
Vireis cá, já para mim
Pois na terra vos ensinei

Manda no filho é o pai
Eu fiz tudo o que me mando
Agora só disse, meu filho sai
Da terra que te enterrou

Areosenses amai Jesus
Eu João, o vou fazer
Já no alto está a Luz
Que nos valerá ao morrer "

Autor. João Saraiva